Importância da conscientização em torno do autismo é tema de discussão nos Centros Estaduais de Convivência da Família e do Idoso

Texto: Margarida Galvão / Foto: divulgação

Para celebrar o ‘Abril Azul’ e o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, dia 2 de abril, o Governo do Amazonas por intermédio da Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas) está realizando uma programação especial, no decorrer do mês, nos vários Centros Estaduais de Convivência da Família e do Idoso. A intenção é tratar o Transtorno do Espectro Autista (TEA) de forma simples, transparente, visando desmistificar o preconceito envolvendo o tema.

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma síndrome que se manifesta desde a infância. Se trata de um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, que podem apresentar um repertório restrito de interesses e atividades.

Com o tema ‘Desconstruindo o Autismo’, o Centro Estadual de Convivência da Família Miranda Leão, situado no bairro Alvorada, zona centro-oeste, promoveu na manhã desta quinta-feira (04/04) uma palestra incluindo atividade lúdica com os grupos ‘Estimulando a Memória’ e ‘Mais Ativo’ sobre o tema.

A psicóloga Ironilce Silva destacou a importância de propiciar informações aos usuários do centro com relação à inclusão, respeito e direitos adquiridos pelos autistas. A especialista lembra que a maioria das pessoas trata o TEA com ‘certo preconceito’, taxando de pessoas rebeldes e problemáticas, não conseguindo perceber que a criança que tem o transtorno possui características especiais, específicas.

“Acredito que muitas mães, avós e parentes de autistas, presentes nessa reunião, vão sair daqui com um olhar diferente, ou seja, vão desconstruir o que aprenderam de forma errada, reconstruindo o tema com um novo conceito e com isso poderão ajudar outras pessoas que não estão sabendo lidar com um filho, neto, que tenha esse tipo de transtorno”, disse Ironilce Silva.

Texto: Margarida Galvão / Foto: divulgação

Reações adversas

Durante a palestra, algumas frequentadoras do CECF se manifestaram, lembrando de situações inusitadas. Uma avó disse que vai parar de corrigir o neto, com palmadas, por achar que o mesmo é impulsivo e desobediente. Outras lembraram atitudes de repudiar mães que não conseguem conter os filhos que batem com a cabeça no chão, ou jogam objetos, constantemente.

A idosa Francisca Menezes, 72 anos, participante dos grupos de convivência ‘Estimulando a Memória’ e ‘Mais Ativo’, do Miranda Leão, falou da dificuldade que tem em lidar com um filho adulto, de 48 anos, que constantemente tem atitudes impacientes, estressadas e com isso não consegue se relacionar bem com as demais pessoas, inclusive na questão amorosa.

“Numa conversa, ele havia me confidenciado da desconfiança de ser autista, e hoje me aprofundando sobre o assunto, acho que poder ser sim”, frisou.

Além do CECF Miranda Leão, ainda nesta quinta-feira, o CECF Teonízia Lobo, situado no Mutirão, zona Norte, também tratou a temática no Encontro do Grupo de Convivência ‘Saúde e Vida’. Foi realizada uma roda de conversa e dinâmica com o Tema: Conscientização Autismo – “Enquanto existir amor, não haverá diferenças”.

O CECF André Araújo, no bairro da Raiz, zona sul de Manaus, o Grupo de Convivência ‘Girassol’, também participou de uma palestra informativa sobre o Autismo, com entrega de folder para as usuárias. A psicóloga Julieta Rolim e a assistente social Caroline Rodrigues dirigiram a programação no centro.