Em Restaurantes Populares, Seas realiza rodas de conversa sobre prevenção ao suicídio e doação de órgãos

Texto: Margarida Galvão/Fotos: Kerolyn Leigue

Uma roda de conversa com os usuários do Restaurante Popular Centro, rua Joaquim Nabuco, 847, mantido pelo Governo do Estado, em parceria com a iniciativa privada, foi realizada na manhã desta quarta-feira (23/09) pelos técnicos da Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas), que administra o projeto Alimentação Adequada.  A ação faz parte da campanha Setembro Amarelo, que visa conscientizar os usuários sobre formas de prevenção ao suicídio. A conversa também objetiva também sensibilizar sobre a doação de órgãos, representada pela cor verde, para lembrar esse ato de salvar vidas.

Uma plateia formada predominantemente por homens se manteve atenta às explicações da assistente social Jane Cristina Correa, do projeto de Fortalecimento da Garantia do Direito Humano à Alimentação Adequada (PFGDHAA), que utilizou vídeo para reforçar  sobre a importância da vida; de estar interagindo, participando de grupos de convivência para evitar a depressão. “A maioria mora sozinha, logo, precisa desse alerta”, frisou.

O aposentado Raimundo Pereira Rios, de 65 anos, morador do bairro da União, disse que a palestra se encaixou na vida dele, que passa por problemas familiares. Pai de dois filhos, já casados, está com a esposa doente, com vários tratamentos médicos, sem ainda ter obtido êxito. “Saio para conversar, tentando não me isolar; vou a igreja e ao restaurante Prato Cidadão almoçar, de segunda a sexta, do contrário, já teria feito uma loucura”, sintetizou.

Setembro Verde – A assessora da Gerência de Ações Descentralizadas de Segurança Alimentar e Nutricional (Gadsan/Seas), Thamires Cortez, focou sua ação conscientizando o grupo sobre a importância da doação de órgãos, que pode ser realizado em vida e após a morte, desde que tenha o aval da família.

Por conta da pandemia do Covid-19, ela disse que o Amazonas teve uma baixa de 24% no transplante de órgãos nesse período, porque muitas pessoas estão evitando realizar procedimentos médicos para retirada de órgãos. “Enquanto isso, a fila de espera não para de crescer. São mais de 35 mil pessoas no país à espera de um transplante”, frisou.

Wilson Menezes, 76, morador do V8, após participar da palestra, considerou importante a doação por entender que pode ajudar a salvar uma vida. “Por mim, doaria tudo, se minha família concordar”, mencionou, ressaltando ser separado da esposa e pai de cinco filhos todos adultos. É frequentador assíduo do Prato Cidadão.

 

 

Orientações – As visitas educativas nos equipamentos de Segurança Alimentar e Nutricional (restaurantes e cozinhas populares) estão sendo realizadas semanalmente, neste mês de setembro, com a presença de profissionais da assistência social e nutricionistas, no horário das 8h30 às 11h. Ao todo, são sete equipamentos, sendo quatro restaurantes e três cozinhas. O público-alvo são os usuários desse serviço e as empresas contratadas para fazer o alimento.

As ações de assistência social estão seguindo as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS). “Com isso, estamos obedecendo às normas vigentes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)”, disse a chefe da Gadsan, Kaliny Alves, que integra o Departamento de Proteção Social Básica (DPSB) da Seas.

Segurança alimentar – De acordo com a nutricionista, a política de segurança alimentar não é apenas a oferta de alimentos, mas envolve também o acolhimento, fortalecimento de vínculo, a identificação de quadro de vulnerabilidade social por meio da política de assistência social.

O supervisor do restaurante Prato Cidadão do Centro, Marcio Gonçalves, disse que esse tipo de programação é sempre bem-vinda, porque permite um melhor acolhimento dos frequentadores. “A grande maioria vive em situação de vulnerabilidade, logo, não têm esse conhecimento e busca aqui se informar, tanto é que a participação deles nas palestras e muito grande. A gente tem que limitar para evitar a aglomeração”, sintetizou.

Vulnerabilidade social – Os restaurantes e cozinhas populares atendem a população em situação de vulnerabilidade nutricional e alimentar. Funcionando das 8h às 17h, o atendimento ao público ocorre das 11h às 13h, de segunda a sexta-feira. Instalados em áreas estratégicas da cidade, que registram índices de carência alimentar, os restaurantes são frutos de Parceria Público-Privada.

As cozinhas, funcionam de segunda a sexta-feira, no horário das 8h às 16h; aos sábados, das 8h às 13h, servem sopas patrocinadas pelo governo estadual.